Ter filhos rapazes é completamente diferente de ter meninas, logo desde cedo conseguem-se ver as diferenças, até mesmo as menos óbvias. Para além de ser quase tudo cor de rosa em vez de azul, de elas terem mais facilmente um ar de bonecas e de na generalidade serem mais delicadas, as brincadeiras e a forma como se relacionam connosco e com os outros é totalmente diferente. Da minha experiência, a Carminho sempre gostou mais de construir, enquanto o Salvador e o Vicente de destruir, especialmente as torres de cubos, os LEGO e outras construções do género. A Carminho sempre teve mais aptidão para bonecos e peluches, enquanto os rapazes querem é chaves, telefones, objetos que façam barulho e tenham luzes. Por outro lado, os rapazes no geral são mais mães e as meninas pais, ou seja, o famoso complexo de Édipo e Electra.
Quando me perguntam como é a Carminho é fácil de adivinharem que ela é uma traquina e marota, é “levada da breca”, mas tem tanta graça que nos vence pelo riso. Adora princesas e piroseiras, mas ao mesmo tempo é meia maria-rapaz, provavelmente por ter irmãos e muitos amigos rapazes (filhos de amigos nossos). Penso que lhe faz falta mais tempo comigo, uma irmã seria o seu grande sonho, se bem que dificilmente isso acontecerá, de maneira que cabe-me a mim a responsabilidade de fazer dela uma menina na verdadeira acepção da palavra 🙂
Adora saias rodadas e vestidos, escolher a roupa ao fim de semana, fazer combinações com os laços, bandoletes, brincar com as bonecas, os seus peluches, a cozinha, as plasticinas, de ouvir histórias e ver as suas séries de bonecos preferidas. É ao fim de semana que faço por estar alguns momentos só com ela, para falarmos de coisas de menina e dar-lhe a atenção que merece e muitas vezes pede mas não consigo dar. Afinal ela é a filha do meio e é inevitável que tenha sentido que a vinda do irmão lhe tirou espaço e tempo.
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