Todos os dias na praia passavam por nós várias mulheres e meninas com artesanato local e a Carminho, como adora estas coisas, queria sempre que eu as chamasse. Para estimular a sua autonomia dizia-lhe para ser a Carminho a chamar, mas de tão envergonhada que ficava, acabava por ir a andar atrás delas e não dizia nada. À medida que os dias foram avançando, ganhou coragem e lá fez um sinal para virem ter connosco. Ficou apaixonada por uma sereia linda de morrer, totalmente handmade, cheia de pormenores, e eu confesso que também não resisti. A menina que a trazia era um amor, e tinha coisas fantásticas, de maneira que para além da sereia comprámos uma série de peças para oferecer às amigas da Carminho (a Luísa e a Maria), à prima Carolina, à tia Dé e também cá para casa.
Desde este dia que a Carminho dorme sempre com a sua sereia, a Maria, que ficou com este nome porque a menina que a vendeu chamava-se Maria tal como a Carminho, que é Maria do Carmo. É tão doce ver o carinho que a Carminho tem com a sua sereia, durante dias não a largou exceto quando saíamos do hotel, em que a punha a dormir na cama e dava-lhe muitos beijinhos, um amor!
