Ser mãe acarreta uma série de alterações na nossa vida, desde a mudança de rotinas, a perda de liberdade, o facto de passarmos a ter alguém com que nos preocuparmos verdadeiramente para o resto da vida, a incerteza acerca do que fazer quando estão doentes ou a chorar aparentemente sem razão, e a lista continua… Apesar de todas as cedências que temos de fazer e da preocupação constante, ser mãe traz também a experiência arrebatadora do amor incondicional e do enamoramento constante por aquele pequeno ser.
Depois do parto, as mães ficam em média 2 a 3 dias na maternidade e depois regressam a casa. Apesar de ser ótimo voltar a casa, o pós-parto em meio hospitalar tem várias vantagens, nomeadamente podermos descansar e tirar as dúvidas que vão surgindo, não termos de estar preocupadas com o que vamos comer ao longo do dia (porque nos trazem tudo e ainda perguntam se preferimos A ou B), etc. O regresso a casa, leia-se à vida real, pode ser mais ou menos tranquilo consoante a ajuda que temos, o ambiente que nos rodeia e as relações afetivas ou familiares.
Antes de ser mãe ouvia algumas amigas e conhecidas dizer que o dia estava a terminar e tinham ficado de pijama todo o dia, o que me causava alguma estranheza. Desde que fui mãe pela primeira vez, sempre fui apologista de me arranjar todos os dias antes de ir almoçar, mais que não fosse tomar um duche, lavar o cabelo quando necessário, vestir uma roupa confortável mas apropriada para receber visitas e cuidar da pele ou até maquilhar-me q.b. As vantagens são várias, nomeadamente, mantermos de alguma forma a normalidade, valorizarmos aquilo que temos de bom, estarmos preparadas para receber alguém de improviso, abrir a porta ao carteiro, tomar café com as amigas, e jantar com o marido ao final do dia com um ar “decente”. Se já houver crianças em casa, é ainda mais importante a manutenção das rotinas para que sintam que apesar de ter chegado a casa um irmão, a mãe continua ativa e não vive apenas em função do bebé.
Quando o Vicente nasceu, durante o primeiro mês andei muito por casa, mas a partir daí fiz questão de passar a ser eu a ir levar ou buscar o Salvador e a Carminho ao colégio. Apesar de acordar cedo, o dia rendia muito mais e isso fazia sentir-me bem, de maneira que o meu conselho é que regressem à normalidade o quanto antes, mas sempre com a possibilidade de a qualquer altura do dia fazerem um time-out. As sestas a meio do dia, quando os nossos bebés dormem, são um excelente momento para relaxar, antes dos mais velhos chegarem a casa e destabilizarem por completo o ambiente sereno das horas anteriores.
Outro aspeto super importante é aquilo que comemos depois de sermos mães. Ficar horas a fio sem comer, não saber a que horas foi a última refeição, etc, não é de todo uma boa solução. Não só é mau do ponto de vista da saúde e do bem-estar, mas também do peso, por isso é que há muitas grávidas que até só aumentam o peso que é suposto durante a gestação e depois engordam a sério no pós-parto. É por isso que aconselho todas as recém-mamãs a fazer um plano de refeições semanais, ir ao supermercado uma vez por semana, tirar um dia para preparar os almoços e jantares dos próximos dias e não saltar refeições. Se tiverem mães e sogras que se voluntariem, força, há que aproveitar toda a ajuda possível.
Por último, sempre que possível saiam com os vossos bebés, apanhem ar puro porque isso vai ajudar-vos a sentirem-se melhor e mais bem dispostas, diminui também as probabilidades de se deixarem cair no período de “baby blues”, tão frequente no pós-parto e muitas vezes o início das depressões. A maternidade é suposto ser um período de imensa felicidade, de maneira que devem aproveitar ao máximo todos os momentos da vida dos bebés e regista-los com fotografias e vídeos porque o tempo corre e “num piscar de olhos” eles têm um ano, já andam e começam a falar, e nós ficamos com a sensação de que não usufruímos deles o suficiente. Naturalmente que existirão sempre dúvidas e incertezas, mas para isso nada como esclarecer as dúvidas com as amigas experientes, os blogs de maternidade e os pediatras, para além de ser importante seguirmos o nosso instinto maternal, já que nem sempre há respostas e verdades absolutas, ou seja, o que resulta para um bebé pode não resultar para outro.