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Açúcar: um veneno que (ainda) faz parte do nosso dia-a-dia

19/01/2017

O açúcar é um veneno que está disperso na maioria dos alimentos processados, que hoje em dia fazem parte da alimentação da maioria dos Portugueses. A generalidade dos alimentos tem açúcares ou hidratos de carbono, com a exceção das gorduras (azeite, óleos, margarinas, etc.), da carne, pescado, ovos e pouco mais, o que leva a que os os farináceos, leguminosas, cereais e derivados, a fruta, os laticínios e também os legumes/hortícolas sejam fontes deste nutriente.
Quando falo de açúcar refiro-me aos hidratos de carbono, que podem ser complexos ou simples e aqui importa considerar não só os açúcares naturalmente presentes nos alimentos, mas acima de tudo aqueles que lhes são adicionados. É frequente ouvirmos falar em alimentos 0%, mas tendencialmente esse zero refere-se à gordura e não ao açúcar, de maneira que é fundamental ler os rótulos e prestar muita atenção quando se vai às compras.
No seguimento de outros trabalhos realizados neste âmbito, o projeto sinAzucar.org veio ajudar a clarificar esta mensagem de açúcares presentes nos alimentos. O autor, Antonio R. Estrada, um fotógrafo apaixonado pela alimentação saudável e nutrição desportiva, criou este projeto fotográfico com o objetivo de visualizarmos o açúcar oculto que está presente em muitos alimentos processados que consumimos habitualmente. A ideia foi simples, o autor fotografou o produto alimentar junto ao número de torrões de açúcar que o alimento contém, sendo que um torrão equivale a 4g de açúcar. Preparados?

Agora, algumas sugestões para reduzir drasticamente o consumo de açúcar através dos alimentos que usamos diariamente:
– Beber leite ou substitutos do leite sem adição de açúcar;
– Escolher iogurtes com menos de 5g de hidratos de carbono por 100g de iogurte;
– Preferir o pão escuro, com sementes, sem açúcar (ler nos ingredientes). O mesmo para as tostas;
– Cuidado com o consumo excessivo de fruta, já que uma peça contém em média 14g de frutose (açúcar). Apesar do açúcar da fruta ser saudável e naturalmente presente, em excesso, é armazenado sobre a forma de gordura.

Relativamente aos alimentos de má qualidade nutricional:
– Bolachas, jamais em tempo algum, mesmo as que dizem “sem açúcar”;
– Cereais de pequeno-almoço ou barritas de cereais que se vendem no supermercado, esqueçam também;
– Os gelados de compra, as gomas e os chocolates devem ser evitados ao máximo;
– Se “precisarem” mesmo de comer chocolate, optem pelo que tem entre 70 a 85% de cacau e limitem o consumo a 1 a 2 quadrados por semana;
– Nada de molhos, tipo ketchup ou para saladas;
– Se não conseguirem abdicar dos refrigerantes, optem pelos 0% açúcar, mas não abusem;
– Se precisarem de uma sobremesa, prefiram as gelatinas 0% açúcar, com menos de 10 Kcal.

Surpreendidos?

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8 Comments

  • Reply Anónimo 19/01/2017 at 20:50

    Obrigada pelo "serviço público"! Tenho uma filha de 18 meses e sinto muitas vezes que a nossa opção por evitar alimentos processados e açúcares é considerada paranóia! Relativamente aos cereais optamos pelos puff, mas hesito sempre muito nas bolachas para um pequeno snack… pode dar sugestões?! Costumo dar tortilhas de milho ou crackers integrais, mas serão a melhor opção?! Obrigada, Ana

    • Reply admincortez 22/01/2017 at 15:53

      Olá Ana, é importante que desde cedo se transmitam hábitos de vida saudáveis às nossas crianças, nomeadamente do ponto de vista da alimentação. As bolachas são realmente opções menos saudáveis comparativamente ao pão, e se há algumas que ainda escapam, existem outras que estão carregadas de açúcar e gorduras muito pouco saudáveis. Quanto mais bonecos, chocolate e apelativos forem os pacotes, geralmente menos qualidade nutricional possuem. É o marketing alimentar a funcionar!
      As tortilhas de milho se forem biológicas são uma boa opção (as não biológicas contêm milho transgénico), já as crackers integrais, está a referir-se às bolachas tipo água e sal integrais?

  • Reply Xica Maria 20/01/2017 at 01:39

    É assustador!

    • Reply admincortez 22/01/2017 at 15:54

      Mesmo! Especialmente porque a maioria das mães/pais não têm esta noção, já para não falar das escolas que habitualmente não fazem as escolhas mais adequadas.

    • Reply Anónimo 26/01/2017 at 12:00

      Aquelas frutas de beber também são péssimas right? Mesmo as do brio?

  • Reply Andrea 20/01/2017 at 14:23

    O açúcar é realmente um mal que nos persegue! Desde que nasceu o meu filho há quase 4 anos, optamos por excluir o açúcar da sua alimentação, até ao dia em que entrou na pré-escola! Tem sido um tormento… Na hora do lanche os outros meninos deram-lhe a provar montes de porcarias que agora me pede… Custa-me imenso dizer-lhe que não porque ele vê os outros meninos a comerem e não entende o porquê de não poder comer! É uma praga… Mas em algumas coisas cedo, noutras nem pensar! É um tormento para os Pais e para os miúdos!

    • Reply admincortez 22/01/2017 at 15:58

      Olá Andrea, percebo-a perfeitamente. Imagino que fale de bolachas a meio da manhã, iogurtes do mais açucarado possível, leite com chocolate, etc., e quando a isto se junta salame, gelatina ou sobremesa doce ao almoço, não há educação alimentar que valha!
      Comer pontualmente uma bolacha, goma ou chocolate, numa festa de aniversário, ou algo parecido, acho perfeitamente normal, agora em escolas não consigo também entender o porquê. Se houvesse nutricionistas a gerir a alimentação fornecida nas escolas isso não aconteceria.

  • Reply Inês da Silva 23/01/2017 at 16:53

    É por isso que comprar uma bimby vale muito a pena. Nunca mais se compraram gelados nem bolachas aqui em casa. Quando apetece algo assim a bimby faz e sabemos o que estamos a comer. Quem diz gelados e bolachas também diz iogurtes e sumos (e até mesmo pão!). Olho à minha volta e vejo que as pessoas ainda não perceberam as porcarias que dão aos filhos e às vezes até me sinto mal por receber crianças aqui em casa e não ter nos armários aquilo que eles mais gostam.

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