Há mais de dez anos que estava para tomar coragem e resolver o meu “problema” dentário. Quando era ainda adolescente tive um dente definitivo incluso, na arcada superior, que teve de ser removido cirurgicamente. Esta intervenção, juntamente com o facto da minha dentição ser menor do que o habitual, determinou que no futuro tivesse de fazer implantes para compensar a situação. A ideia de fazer implantes sempre me fez muita confusão, e durante muito tempo andei em estratégia de evitamento. Ainda cheguei a consultar alguns dentistas, que me apresentaram sempre um cenário mais negro do que eu gostaria, com necessidade de mexer no osso do maxilar, etc… vou poupar-vos a pormenores.
Entretanto, no final do ano passado cansei-me de não me poder rir completamente à vontade, ou pelo menos de não me sentir bem com isso. Na realidade, “ninguém” notava salvo raras exceções (dentistas ou pessoas que estão comigo frequentemente), mas era algo que me incomodava, ao ponto de ganhar coragem para resolver isto. Fui aos melhores especialistas de Lisboa, pedi quatro opiniões, três delas concordantes, todas com cenários nada animadores. Antes de fazer os implantes e de remover dois dentes do siso tinha de colocar aparelho para corrigir a mordida cruzada e pontuais apinhamentos. A ideia seria o aparelho “endireitar” os dentes mas também intrusar os molares, de forma a ganhar espaço para os implantes. Acabei por escolher a clínica do Dr. Hugo Madeira, pela qualidade, muita experiência com casos difíceis e simpatia no atendimento. Senti-me desde o primeiro momento muito bem tratada por toda a equipa e isso sem dúvida que também conta.
Falando do aparelho, para mim estava fora de questão usar os tradicionais, com brackets ou o Damon. Nada contra, tenho várias pessoas próximas que usam e não me faz confusão alguma, mas eu não me conseguia de todo imaginar com um. Ia ser claramente infeliz 🙂 foi por isso que gostei da ideia do Invisalign, um aparelho invisível, ou quase invisível, que permitia resolver o que referi. A Dra. Isabel Jorge, master em Invisalign, fez questão de me explicar todos os pormenores, incluindo os menos simpáticos, para que eu estivesse preparada e em sintonia para o próximo ano ou ano e meio com o Invisalign.
Quatro meses depois de usar Invisalign posso dizer-vos que é tranquilíssimo, até mais fácil do que eu imaginava. Os primeiros quinze dias foram de adaptação, na segunda consulta coloquei os attachments, com o objetivo de potenciar a tração dos dentes. Foi neste momento que o Invisalign deixou de ser invisível para passar a quase invisível. Agora, para não vos cansar mais vou deixar aqui as principais notas/cuidados a ter com este aparelho:
– O plano de tratamento é criado através de imagens de computador 3D. Este plano inclui uma série de alinhadores, o meu inicial tem 25;
– Todas as semanas ou de quinze em quinze dias mudo os alinhadores, de acordo com o que a Dra. Isabel me diz;
– Uma vez por mês vou à consulta fazer pequenos ajustes nos contactos entre os dentes;
– Temos de usar o Invisalign todo o dia, exceto às refeições. Não podemos comer com o aparelho, na realidade não dá, mas podemos beber bebidas frias e que não manchem/tinjam o aparelho (café, vinho tinto, chá, por exemplo, nem pensar);
– Idealmente devemos usar o Invisalign pelo menos 22 horas por dia;
– Colocar e tirar o Invisalign, mesmo com os attachments é tranquilo;
Coisas menos boas mas perfeitamente ultrapassáveis:
– Nos primeiros dias a sensação é estranha, ficamos a falar à “sopinha de massa”. As pessoas percebem que se passa alguma coisa mas não sabem dizer o quê;
– O contacto do Invisalign com a gengiva e língua pode provocar alguma irritação local;
– Sente-se algum aperto quando se troca de alinhadores. Tomei Benuron uma ou duas vezes para aliviar o desconforto. O ideal é fazer a troca antes de ir dormir;
– Quando colocamos os attachments e não estamos a usar o aparelho, numa fase inicial, a gengiva fica “cortada” e inflamada mas não é nenhum drama.
Em resumo, quatro meses depois de usar Invisalign tenho claramente um sorriso mais bonito, os dentes estão mais “direitos” e a estrutura facial está mais equilibrada. Mais para a frente mostro-vos a evolução dos próximos meses.
Créditos fotografia: Yellow savages.
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